A falta que ama
Entre areia, sol e grama
o que se esquiva se dá,
enquanto a falta que ama
procura alguém que não há.
Está coberto de terra,
forrado de esquecimento.
Onde a vista mais se aferra,
a dália é toda cimento.
A transparência da hora
corrói ângulos obscuros:
cantiga que não implora
nem ri, patinando muros.
Já nem se escuta a poeira
que o gesto espalha no chão.
A vida conta-se, inteira,
em letras de conclusão.
Por que é que revoa à toa
o pensamento, na luz?
E por que nunca se escoa
o tempo, chaga sem pus?
O inseto petrificado
na concha ardente do dia
une o tédio do passado
a uma futura energia.
No solo vira semente?
Vai tudo recomeçar?
É a falta ou ele que sente
o sonho do verbo amar?
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POEMA
Postado por Reescritas
A Reescritas foi criada em 2013 por meio das profícuas aulas do curso de pós-graduação em revisão de textos do Instituto de Educação Continuada da PUC Minas. O revisor responsável é jornalista graduado pela UFMG, pós-graduado em revisão de textos pelo IEC PUC Minas, fez cursos de extensão Gramática para preparadores e revisores de textos; Preparação e revisão: O trabalho com o texto; Os textos que vendem o livro, da orelha aos metadados e Gostwriter. Esses últimos realizados na Universidade do Livro (Unil) da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Também possui MBA em Assessoria de Imprensa e Jornalismo Empresarial pela Universidade Estácio de Sá. facebook
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