(Mario Quintana)


Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
 não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
 e os encantos das suas seduções,

 não citaria santos e profetas:
 nada das suas celestiais promessas
 ou das suas terríveis maldições...
 Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,

 Rezaria seus versos, os mais belos,
 desses que desde a infância me embalaram
 e quem me dera que alguns fossem meus!

 Porque a poesia purifica a alma
 ...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!